Mais uma paixão me diverte! Agora, é a comida japonesa! Viciei!
Como é característica minha viver tudo intesamente, estou com um hobby novo: comer com o hashi!
Além de conhecer os mais diversos restaurantes de Cozinha Japonesa de BH, estou me empenhando em conhecer a cultura japa. Nos 100 anos da imigrãção japonesa, o Brasil prepara homenagens, festivais gastronômicos, obras memoriais e muitas outras opções. E eu deixo minha participação, postando o manual de etiqueta para comer com o hashi.
Hashi
Também conhecidos como wari bashi, os pauzinhos foram o primeiro instrumento que o homem criou para evitar o contato direto dos dedos com a comida durante a refeição. Sua importância se reflete na maneira como é chamado no Japão: o-hashi em japonês, o 'O' que precede as palavras tem sentido honorífico.
O hashi constitui um prolongamento natural dos dedos, especialmente útil e higiênico nos tempos em que se comia em pratos comunitários. Não é difícil manipulá-lo, e quem o despreza, no mínimo, ignora que a humanidade já o utilizava 5 mil anos antes da invenção do garfo.
Quem vai a um restaurante japonês (ou asiático) deve pelo menos fazer um esforço para não usar garfo, faca e colher. Se houver dificuldade em usar os pauzinhos, a garçonete poderá improvisar um hashi com elástico na ponta superior, o que facilitará as coisas.
Como diz o ex-árbitro de futebol, a regra é clara: a comida foi preparada em porções de tamanho ideal para o hashi, e comer com ele, sem brincadeira, melhora muito o gosto dos pratos.
Algumas dicas de etiqueta sobre o hashi:
- Em qualquer pausa durante a refeição, deposita-se o hashi em paralelo ao balcão, no suporte apropriado (oki), jamais apontando para o itamae-san: é agressivo! Se não houver oki, pode-se usar o próprio invólucro de papel, dobrado. Há quem faça as dobraduras tão bem que os invólucros improvisados como suporte resultam em belos origamis.
- Nunca 'afie' os pauzinhos, um contra o outro: fazer isso significa insinuar ao itamae-san que os hashi da casa são de qualidade inferior.
- Ter o próprio hashi, todo decorado e dentro de uma caixinha, guardado no sushi-ya predileto é um estranho costume brasileiro, provavelmente introduzido para fidelizar clientes, mas sem qualquer vínculo com a tradição japonesa. Além disso, que eu saiba, ninguém guarda seu próprio garfo e sua faca na churrascaria preferida...
- Nunca use o próprio hashi para servir os outros. Se houver prato, estenda-o para a outra pessoa; se não houver, use as pontas superiores do hashi para colocar a peça no balcão. Jamais a passe diretamente para o hashi do companheiro.
- Gesticular com o hashi nas mãos é deselegante _tanto quanto fazer isso com o garfo e a faca.
Fonte: Livro: "Sushi"
Autor: Sérgio Neville Holzmann
Editora: Publifolha