Especialistas apresentaram na quarta-feira (23) a última cartada contra o veto aos inibidores de apetite, na audiência organizada pela Anvisa, em Brasília.
O debate sobre a retirada dos medicamentos para emagrecer pesou agora no Brasil. O fator alarmante é que o país é o maior consumidor dessas drogas no mundo. Não me surpreende nem um pouco esse fato, pois é só ir a um endocrinologista e você sai feliz com a receita azul. Não sou especialista, muito menos trabalho na área da Saúde. Sofro com o excesso de peso. Apenas sou consumidora. Como sou curiosa, leio muito sobre o assunto e por isso não consegui formar minha opinião sobre a retirada dos medicamentos para emagrecer do mercado.
Tendo para um lado de ser contra esse ato. Primeiro, porque esses medicamentos podem ser benéficos para o obeso que faz uso consciente. Eu mesma já fiz e obtive bons resultados, apesar de algumas vezes ter aumentado de peso após o uso. O medicamento pode ajudar o obeso que não consegue resultado somente com dieta e exercícios. Pode ser um impulsionador.
A tendência em ser a favor da Anvisa é principalmente pela banalização de como conseguir a receita azul. Qualquer pessoa que está apenas uns cinco quilos acima do peso ideal consegue a receita seja para sibutramina ou anorexígenos. Muitas vezes, os médicos nem verificam o histórico médico do paciente. Por exemplo, a pessoa tem a pressão cardíaca controlada e nunca fez um eletrocardiograma. Repito que não sou especialista, mas deve ocorrer da pessoa não saber que tem tendência a desenvolver problemas cardíacos, ou mesmo, depressão e mania.
As pessoas com sobrepeso, que teimam em usar medicamento para emagrecer, acabam prejudicando os obesos por tabela, pois o alto consumo dessas drogas influi em ações como essa da Anvisa. O fato da retenção da receita inibe a venda, mas a fiscalização deveria ser maior. Como sabemos: é impossível controlar tudo, sempre há um jeito de burlar. E isso prejudica também.
Quanto aos riscos à saúde do paciente que faz uso desses medicamentos, pelo que entendo depende muito de pessoa para pessoa. O certo mesmo é a conscientização do paciente de que se ele usar esses medicamentos e não mudar os hábitos de vida irá voltar a engordar. Os medicamentos dão somente um primeiro resultado, não são para a vida toda. Aliás, esse é meu sonho, a ciência descobrir um remédio para obesidade de uso contínuo, assim como existe para diabetes, hipertensão, etc. Então, é preciso avaliar se realmente vale a pena usá-los. Deveria ser uma decisão individual, o que não ocorre nesse país.
A questão é que desde criança deveríamos ser educados a comer corretamente e a praticar exercícios físicos, para não ter que reaprender no futuro. As políticas públicas contra a obesidade deveriam ganhar mais espaço no governo e na sociedade. A obesidade virou epidemia no Brasil, de acordo com o IBGE. Então, temos que pensar nessa doença da modernidade igual como pensamos na dengue, no câncer de mama, entre outras que ganham destaque em campanhas na mídia e nos governos. Reconheço que avançamos bastante de alguns anos pra cá, mas ainda estamos carentes de ações.