sexta-feira, 16 de maio de 2008

Identidade

“Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões - cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também a minha força.” Clarice Lispector

Hoje medito nas palavras da carta de Clarice, escrita por ela para uma amiga, em 1947, enquanto estava vivendo na Suíça. Depois de tantos anos, Clarice ainda consegue tocar nossos corações para refletir sobre o sentido da vida, da natureza humana e das exigências sociais.

Confesso que não estou no meu estado normal hoje. Também depois de tantos dias só na cama, por causa de um diagnóstico errado que eu mesma me permiti dar, minha saúde foi um pouco prejudicada. Na verdade, não fui ao médico antes para não me decepcionar e ouvir o que estava imaginando. Só que, quando realmente tive que ir, foi bem diferente. Nada é como a gente imagina!

Daí, estou a pensar nesses dias que sucedem. Estou a pensar no quanto estou me violentando por não fazer o que quero, mas o que os outros esperam que eu faça. Tudo anda meio turbulento na minha vida. Além dos problemas de saúde que estão aparecendo, acredito que podem ser por causa do emocional, há algumas áreas que também sofrem com isso.

Não estou feliz com a minha profissão só porque tenho um emprego estável. Não quero casar só porque tenho muitos anos de relacionamento e porque as pessoas esperam isso. Realmente, ou infelizmente, ainda não é o momento. Não quero fazer pós-graduação e gastar meu dinheiro à-toa só porque procuro uma direção. Não quero emagrecer só porque os outros acham que fico mais bonita. Não quero ir à igreja só porque acham que é o melhor lugar pra eu estar. Não quero deixar de ser quem sou, perder minha identidade, só porque preciso ir pelo caminho que os outros escolheram por mim.

Quero muito mais! Quero transbordar a Vanessa que está comprimida aqui dentro desse corpo que não anda bem. E assim continuar com a minha força. Vou parar de me violentar e fazer o que quase sempre fiz: ser eu mesma! Ainda que possa decepcionar muitas pessoas, serei livre!

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi Vá!
Não gosto de te ver triste.
Mas uma coisa é certa. Busque a Deus e fale com Ele dos seus sentimentos que ele tem a cura para o seu emocional e físico.
Torço por você!
Bjim,

Unknown disse...

Tb não gosto de te ver triste!!! Concordo com vc que muitas vezes agente acaba fazendo o que os outros esperam que a dente faça!!! Precisamos buscar nosso caminho!! E o caminho só é aberto por Deus!!! Outro dia estava na missa e o padre falou para que nos guiassemos pelo caminho que o Espirito Santo no dá! Muitas vezes é difícil perceber qual é este caminho. Por isso, temos que ficar atentos e com o coração aberto para que a direção se mostre por si só!!! Seja vc mesma e confie em Deus.
Bjs. Te adoro Amiga, do jeitinho que vc é!! Busque a felicidade por si só!!
Bjs

Granma disse...

Olá Vanessa!
Você não me conhece. Como recentemente me tornei adepta de blogs, tenho visitado alguns e, portanto, peço licença para postar aqui, ok?

Há algum tempo eu me encontrava em situação semelhante à descrita por você. Sou professora de História há 7 anos mas começava a me sentir "estagnada" e incompleta (profissionalmente). Faltava algo. Eu queria ardentemente me APAIXONAR por algo que nem eu mesma sabia o quê. Queria experimentar aquela paixão gostosa por outro curso superior, outra profissão. Mas já não sou novinha. Tenho 28 anos.
Ainda assim, me revesti de coragem e me programei. Prestarei vestibular para o curso com o qual sonhei mas sempre tive "medo": JORNALISMO. A opinião geral é de que o mercado está saturado, mas se Deus despertou em mim esse sonho, Ele me capacitará. Creio que haverá um lugar pra mim e isso já basta.

Tomei essa decisão, Vanessa, quando caí na real e percebi que Deus não nos dá vida e tempo para que sejamos escravos da opinião alheia ou do medo. Deus nos criou para que, com coragem e fé, enfrentemos nossos temores e cheguemos ao local onde Ele reservou pra nós.

Forte abraço! E que Deus a abençoe!
Vivi

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