segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Correção das hipertrofias mamárias


Ao ler uma reportagem do Folha Equilíbrio hoje indicando quais sites confiáveis sobre saúde, fui parar no do dr. Drauzio Varella. Muito interessante o site, além de prestar ótimo serviço de informação. Achei esta entrevista sobre a mamoplastia redutora, não podia deixa de postar no blog, pois é sempre bom compartilhar conhecimento.

Correção das hipertrofias mamárias

Dr. Sérgio Gonçalves de Almeida é cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Entende-se por hipertrofias mamárias o desenvolvimento excessivo do volume das mamas, distúrbio que pode ocorrer em qualquer idade e em ambos os sexos.

Nas mulheres, a hipertrofia mamária pode ser classificada em quatro graus de acordo com o tamanho e peso excessivo das mamas. Nos estágios mais avançados, recebe o nome específico de gigantomastia. Entre as causas da deformidade, que ainda não foram rigorosamente estabelecidas, estão obesidade, distúrbios glandulares, diabete, gravidez, menopausa e hereditariedade.

Além do comprometimento estético e dos danos psicológicos que ocasionam, mamas muito volumosas são responsáveis por problemas físicos, como desvios na coluna, má postura, dificuldade de movimentação, defeitos que serão irreversíveis se a correção for realizada tardiamente.

a) mulheres jovens

Drauzio – Há meninas que, na adolescência, desenvolvem um busto excessivamente grande. Embora algumas sociedades valorizem os seios volumosos e a moda flutue no decorrer do tempo – às vezes estão em voga os seios grandes; às vezes, os pequenos – qual é o critério para selecionar os casos que devem ser corrigidos?

Sergio de Almeida – Antes de mais nada, é preciso distinguir dois quadros: 1)o aumento da mama associado a padrões do modismo vigente em determinada época, e 2) a gigantomastia. Neste último, não só o volume da mama ultrapassa a barreira dos limites aceitáveis, como seu posicionamento é assimétrico e inadequado. A mama cai, porque a pele não suporta o peso excessivo e cede.

Como as alterações de peso e posição respondem por uma sobrecarga na coluna vertebral, que prejudica a postura, causa desconforto, a correção cirúrgica é o procedimento recomendado.

Nas duas situações, porém, o primeiro referencial a considerar é a avaliação da própria pessoa e sua expectativa em relação aos resultados da cirurgia.

Drauzio – Moças com mamas grandes demais costumam procurar atendimento com que idade?

Sergio de Almeida – Em geral, a moça pode ser operada a partir dos dezesseis, dezessete anos, quando a mama já completou sua formação. No entanto, há casos em que a cirurgia é realizada aos quatorze anos, porque os seios atingiram um volume tal, que as adolescentes são praticamente obrigadas a apoiá-los nos braços e têm a capacidade de movimentar-se bastante comprometida. Mesmo correndo o risco de a mama crescer ainda um pouco depois da cirurgia, o que dificilmente ocorre nessa idade, isso não constitui contra-indicação para reduzir as mamas volumosas e melhorar a auto-imagem das adolescentes.

Drauzio – Você disse que, às vezes, a gigantomastia precisa ser corrigida precocemente, aos treze, quatorze anos, e que as mamas dessas meninas dificilmente continuam a crescer. Como se explica essa interrupção no crescimento?

Sergio de Almeida – Tenho a impressão de que, se por um lado, o desenvolvimento dessas mamas é muito rápido e precoce, por outro, elas se estabilizam também mais cedo. Nossa experiência mostra que não houve perdas nos resultados da cirurgia, quando as pacientes precisaram corrigir a deformidade aos treze, quatorze anos. Ao contrário: as vantagens foram muitas.

b) procedimento cirúrgico

Drauzio – A mastoplastia pode ser feita em qualquer fase da vida?

Sergio de Almeida – Pode. Mamas gigantes exercem enorme sobrecarga sobre coluna e, conseqüentemente, provocam defeitos de postura e outras alterações que não regridem se a mulher for operada com mais idade.

Drauzio – Basicamente, como é realizada a cirurgia?

Sergio de Almeida – Como as mamas são muito volumosas e caídas, uma incisão é feita no pólo inferior da aréola e outra no sulco mamário. Desde que sejam respeitados alguns limites importantes, esse tipo de incisão possibilita reduzir o tamanho das mamas e reposicioná-las sem comprometer sua função e sensibilidade. Também é importante que o corte seja o menor possível para evitar as cicatrizes aparentes.

Drauzio – A sensibilidade do mamilo feminino pode ser prejudicada nesse tipo de cirurgia?

Sergio de Almeida – Logo depois da cirurgia, a sensibilidade fica alterada por causa do deslocamento da pele e da manipulação dos tecidos. O resultado é uma sensação de dormência que tende a desaparecer com o tempo.

Drauzio – Quanto tempo?

Sergio de Almeida – Varia de acordo com a extensão do descolamento e as características pessoais da paciente. Mamas muito baixas, que demandam descolamentos maiores, normalmente recuperam a sensibilidade dos mamilos depois de um ano, um ano e pouco.

Drauzio – Como os cirurgiões calculam o tamanho da ressecção e a quantidade de tecido a ser retirada?

Sergio de Almeida – A ressecção da glândula é feita em etapas. Retira-se um pouco de tecido, modela-se, remonta-se a mama para verificar se o volume continua excessivo. O fato de a cirurgia ser realizada com a paciente quase sentada facilita avaliar o quanto de tecido pode ser retirado sem afetar a integridade, a função e a sensibilidade do órgão.

Drauzio – Mesmo as mamas de tamanho normal nunca são idênticas. Há sempre uma diferença de tamanho entre uma e outra, que será acentuada se elas forem volumosas, o que agrava o problema estético...

Sergio de Almeida – Além disso, essa diferença nas mulheres com mamas volumosas intensifica os reflexos negativos sobre a coluna e a postura.

Drauzio – Uma única intervenção cirúrgica é suficiente para resolver definitivamente o problema das mamas volumosas?

Sergio de Almeida – Na maioria dos casos, sim. Em situações excepcionais, quando a mama é excessivamente grande, opta-se sempre por preservar a função, mesmo quando isso exige que menos tecido mamário seja retirado e as mamas fiquem com volume um pouco maior.

c) pós-operatório

Drauzio – Como é o pós-operatório da mastoplastia?

Sergio de Almeida – No dia seguinte da operação, a paciente recebe alta hospitalar. Na primeira semana do pós-operatório, precisa tomar cuidado com a movimentação dos braços e evitar esforços. No final da segunda semana, o processo de cicatrização já estará bastante avançado e, em torno de um mês depois, a paciente pode voltar às atividades normais, desde que se abstenha de carregar pesos.

Drauzio – Depois de um mês, ela já pode correr ou nadar, por exemplo?

Sergio de Almeida – Pode correr e nadar, só não pode fazer exercícios que exijam esforço maior sobre a musculatura dos braços.

Drauzio – O pós-operatório da cirurgia de correção das mamas é doloroso?

Sergio de Almeida – Não é. No início do pós-operatório, a queixa maior é de dormência, sintoma que vai progressivamente desaparecendo de cima para baixo e dos lados para o centro. O triangulo inferior da mama é a última região a recuperar-se completamente.

d) gravidez e amamentação

Drauzio – Moças que passaram por cirurgia de redução das mamas preservam a capacidade de amamentar?

Sergio de Almeida – Não há perda da capacidade de amamentação, porque é mantida parte da glândula que permanece íntegra na sua constituição e com a drenagem preservada no canalículo central.

Drauzio – Depois de quanto tempo, a mulher que foi submetida à mastoplastia pode ficar grávida e amamentar?

Sergio de Almeida – Sempre aconselho que espere pelo menos um ano.

Drauzio – Pode ocorrer que, depois da gravidez e da amamentação, as mamas voltem a apresentar crescimento excessivo?

Sergio de Almeida – A mama operada está sujeita às mesmas alterações das mamas que não passaram por cirurgia. Após a gravidez e a amamentação, portanto, operadas ou não, elas podem aumentar ou diminuir de tamanho ou ficar um pouco caídas. A mastoplastia não melhora nem piora esse quadro.

e) mulheres adultas e menopausadas

Drauzio – Vamos nos deter em outro extremo da vida. Depois da menopausa, senhoras com mamas pendulares, mamas caídas que também causam problemas, podem submeter-se à cirurgia plástica corretiva?

Sergio de Almeida – Não há limite de idade para realizar a mastoplastia. Se, do ponto de vista clínico, a paciente estiver bem, não há contra-indicação nenhuma para a cirurgia. Muitas vezes, ela é encaminhada pelo ortopedista por causa de um problema na coluna resultante da sobrecarga que provoca a mama volumosa. É bom lembrar que, se a mama pesar quinhentos gramas e estiver bem posicionada, a repercussão sobre a coluna será equilibrada. No entanto, se pesar os mesmos quinhentos gramas, mas estiver mais baixa no tórax, vai comprometer o sistema postural e provocar alterações na coluna.

f) seguro saúde

Drauzio – Já me deparei com muitos casos de mulheres com mamas enormes que causam problemas ortopédicos, às vezes bem graves, que são obrigadas a tomar antiinflamatórios e analgésicos para aliviar a dor. Mesmo assim, muitas companhias de seguro saúde se negam a autorizar a cirurgia, ou reembolsá-la, argumentando que o problema é meramente estético...

Sergio de Almeida – Não é só nesses casos que as companhias de seguro se omitem. Elas também não cobrem as despesas com as cirurgias para corrigir a ginecomastia, valendo-se da ressalva de que se trata de uma cirurgia estética.

Ora, que homem é encaminhado para uma cirurgia estética de mamas? Por isso, acho que deve ser estabelecido um critério para a avaliação desses pacientes. O pedido médico não pode ser desconsiderado por uma pessoa que atende num guichê e é obrigada a respeitar normas arbitrárias.

Drauzio – Quando me vejo diante de situações como essas, digo aos pacientes que peçam um relatório minucioso ao médico explicando o problema e a ajuda de um advogado para pleitear a aprovação ou o reembolso da cirurgia. As companhias costumam tratar melhor os advogados do que os segurados que precisam de atendimento.

3 comentários:

Giovana disse...

Oi Vanessa!
Te achei na net procurando por "mamoplastia". Há exatamente 16 dias entrei na faca. Apesar de ainda n saber o resultado final, já estou amando.
Ri e me emocionei com sua narração em capítulos. Adorei!
Seu blog é mt legal, informações valiosas.
Bjs

Canto de Pandora disse...

Preciso muito realizar a cirurgia. Já passei por todo o procedimento no hospital publico,mas eles alegam que estou acima do peso e por isso, não passo no processo final. Da ultima vez fiquei muito mal, sem esperança mesmo e desde então emagreci pouco e continuo com o problema. Parei de comer e já passei por uma depressão, estou com 35 anos e aos 9 anos usava tamanho 42, hoje 54 apertado. A PERGUNTA É: SE UMA PESSOA COM OBESIDADE MÓRBIDA, PODE REALIZAR UMA INTERVENÇÃO CIRÚRGICA PARA MELHORAR A SUA QUALIDADE DE VIDA, PORQUE UMA GIGANTOMASTIA NÃO PODE SER FEITA EM ALGUÉM GORDA??? ISSO É UM DOENÇA FAZ COM QUE A GENTE SE SINTA MAL E REDUZ VISIVELMENTE NOSSAS CHANCES NO MERCADO DE TRABALHO. OUTRA PERGUNTA. O VALOR É MUITO MAIOR DO QUE UMA CIRURGIA DE REDUÇÃO DE MAMA, QUE PODE AO ME VER SE CONSIDERADA ESTETICA, JÁ QUE TRATA-SE DE UMA REDUÇÃO E NÃO PASSA DO NUMERO 48 QUANDO MUITO 50?

Paulinha disse...

Olá Vanessa!

Estou vendo algumas clinicas para a redução...e nossa seu post foi ótimo para eu ter coragem!!
Eu dei muita risada com a história da academia, pq me sinto muito ruim ia...tanto que até desisti...mais com essa cirurgia as coisas vão mudar!!

:)

Beijos e felicidades

Vanessa Guimarães

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