segunda-feira, 23 de junho de 2008

Má fé do jornalismo



A Operação João de Barro da Polícia Federal movimentou os corredores da Prefeitura de Contagem, na última sexta-feira, 20 de junho. Os agentes chegaram cedo, fecharam alguns setores, impedindo os servidores de entrarem no local de trabalho provisoriamente. A notícia espalhou rápido atraindo todos os veículos de comunicação do estado e alguns aproveitadores da situação, óbvio. O fato mais surpreendente foi a especulação dos jornalistas e o burburinho gerado nos bastidores da operação local, dando oportunidade para o pulo do gato e a falta de sensatez dos jornalistas.

Num local onde ninguém queria falar oficialmente, quem não tinha nada a ver com o assunto aproveitou a oportunidade. Uma ex-servidora (cargo comissionado) e um vereador da oposição foram ouvidos pela imprensa e ganharam espaço, mesmo sem conhecerem o contexto do episódio. Pelo menos em dois veículos de comunicação, uma TV e um jornal impresso, eles ganharam alguns segundos e um parágrafo de fama.

A ex-servidora acusa a administração municipal de superfaturar licitações e obras. Argumentou que tinha documentos comprovando a fraude em sua casa, mas a única prova que apresentou foi uma denúncia que fez ao Ministério Público, o que qualquer cidadão comum pode fazer. Portanto, até o presente momento, o município não recebeu nenhuma diligência do MP. Ela falou com a imprensa que já tinha avisado a prefeita que isso iria acontecer. E a imprensa deu ouvidos.

Agora, questiono a posição dos amigos jornalistas: por que dar espaço a uma denúncia sem provas? Uma acusação sem fundamentos, porque falar não basta, é preciso ter provas, como em todo crime. O jornal pelo menos questionou o governo, que negou as acusações, mas a TV já soltou as imagens sem nem ouvir o outro lado. O pior de tudo é que as acusações feitas pela fonte, não tem nada haver com os recursos do PAC (alvo da investigação), que a prefeitura ainda nem recebeu. Deu a entender que ela fez a denúncia e por isso a polícia federal foi investigar. Grande ilusão.

Não defendo a prefeitura, muito menos a ex-servidora. Só faço meu papel como jornalista. É por isso que casos absurdos ficam em evidência na mídia (alguém se lembra da Escola Base?), pela incompetência de certos profissionais e o desejo de vender notícia ruim.

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